El carácter precario del empleo temporal de las asalariadas agrícolas fue analizado en los estudios de caso realizados en siete países latinoamericanos por la Organización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura (FAO), la Comisión Económica para América latina y el Caribe (CEPAL) y la Organización Internacional del Trabajo (OIT) (FAO-CEPAL-OIT, 2012), cuyas conclusiones estuvieron a mi cargo. Los hallazgos de dichos estudios fueron contrastados con investigaciones bajo nuestra responsabilidad realizadas en el marco de dos proyectos FONDECYT (Fondo Nacional de Desarrollo Científico y Técnico). Ello nos permitió no sólo interpretar los procesos de feminización de los mercados de trabajo sino también comprender la naturaleza de la asalarización, las estrategias migratorias para alargar el tiempo de percepción de salario y el lugar de las mujeres en la agricultura de exportación junto a los cambios identitarios causados por los procesos de modernización y globalización que se han dado en Latinoamérica bajo el neoliberalismo. El artículo aborda las condiciones de trabajo y las migraciones laborales; concluyendo con el análisis de la contra-cara de la precarización laboral que se da a través de las políticas sociales antipobreza. En ellas se expresa la contradicción entre Estados que abandonan el principio de bienestar permitiendo leyes laborales que, al flexibilizar el empleo, reproducen la pobreza; mientras esos mismos Estados tratan de mitigarla con transferencias de recursos a asalariados precarios fuertemente marcados por su condición de género, etnia y nacionalidad.
The precarious character of temporary employment of female agricultural workers was analyzed in case studies in seven Latin American countries carried out by FAO-ECLAC-ILO during 2011 and 2012, for which I was responsible for the conclusions. The findings of these studies were compared with research under our responsibility carried out in the context of two FONDECYT projects. This fact allowed us to not only explain the process of feminization of the labor markets, but also to understand the nature of wage earning, migratory strategies to extend the time of wage earning, the place of women in export agriculture as well as identity changes caused by modernization and globalization processes that have occurred in Latin America under neoliberalism. The article approaches work conditions and labor migrations, and it concludes with the analysis of the opposite side of labor precarity: anti-poverty social policies. These policies express a contradiction between governments that abandon the principle of welfare enabling labor laws that, through employment flexibilization, reproduce poverty, while in turn those same States attempt to mitigate poverty through transferring financial resources to precarious workers strongly marked by their gender, ethnicity and nationality.
O caráter precário do emprego temporário das assalariadas agrícolas foi analisado nos estudos de caso de sete países latino-americanos realizados pela FAO-CEPAL-OIT entre os anos de 2011 e 2012, cujas conclusões estiveram sob minha responsabilidade. Os principais resultados dos referidos estudos foram contrastados com pesquisas de nossa incumbência, realizadas dentro do marco de dois projetos FONDECYT. Isso nos permitiu não só interpretar os processos de feminização dos mercados de trabalho, como também compreender a natureza da “assalariação”, as estratégias migratórias para estender o tempo de percepção de salário, o lugar das mulheres na agricultura de exportação em associação com as mudanças identitárias provocadas pelo processo de modernização e a globalização que se deu na América Latina sob o neoliberalismo. O artigo aborda as condições de emprego e as migrações por motivo de trabalho. Finaliza analisando a outra faceta da precarização do trabalho que se dá através das políticas sociais “antipobreza”, em que se expressa a contradição entre Estados que abandonam o principio do bem-estar permitindo leis trabalhistas que, ao flexibilizar o emprego, reproduzem a pobreza enquanto esses mesmos Estados tratam de combatê-la com transferências de recursos a assalariados precários fortemente marcados por sua condição de gênero, etnia e nacionalidade.