En el artículo se explora la mirada antropológica sobre el pueblo indígena bribri de Costa Rica, desarrollada a finales del siglo XIX por tres de los precursores de la antropología costarricense: los científicos naturalistas William Gabb, Henry Pittier y Carl Bovallius. Para analizar la obra de estos autores se propone analizar su contacto con los bribris interrogando la forma en que formulan “preguntas antropológicas” sobre esa otredad. En el artículo se sostiene que el contexto científico decimonónico, nacional e internacional, invistió de autoridad a estos naturalistas. Con esta autorización, y si bien entre éstos existen perspectivas matizadas sobre los bribris, se tendió a construir una visión exotizada y de inferioridad, como de pueblo incivilizado y en proceso de extinción, cuyo territorio debía abrir paso a olas no-indígenas de colonización.
This article explores the anthropological understanding of the Bribris, an indigenous group of Costa Rica, developed toward the end of the nineteenth century by three founders of Costa Rican anthropology: the naturalist scientists William Gabb, Henry Pittier and Carl Bovallius. The paper addresses these authors’ contact with the Bribris, analyzing how they formed “anthropological questions” about otherness. It suggests that the national and international 19th century scientific context endowed these naturalists with authority. With this authorization, albeit the existence of nuanced perspectives regarding the Bribris among them, they shaped the Bribris as exotic and inferior, as if they were a declining uncivilized people whose territory should be opened up to non-indigenous waves of colonization.
No artigo é analisado o olhar antropológico sobre o povo indígena bribri da Costa Rica, através de três dos precursores da antropologia costarriquenha: os cientistas naturalistas William Gabb, Henry Pittier e Carl Bovallius, cujas observações foram feitas no último período do século XIX. Para estudar a obra destes autores, propõe-se a análise do próprio contato desses pesquisadores com os bribris questionando a maneira de formular as “perguntas antropológicas” sobre essa alteridade. No artigo, afirma-se que o contexto científico nacional e internacional de finais do século XIX, conferiu autoridade aos naturalistas analisados. Com tal autorização, e apesar de existirem entre eles nuances nas diferentes perspectivas sobre os bribris, foi construída uma visão exótica e de inferioridade; isto é, foram considerados como um povo não civilizado e em vias de extinção, cujo território devia permitir a passagem de ondas não-indígenas de colonização.