Lo que hoy se conoce como cirujeo, cartoneo o recolección informal adquirió visibilidad con el crecimiento de la actividad hacia fines de la década de 1990. En los primeros años luego de la crisis de 2001, en tanto “novedad” las investigaciones se volcaron, principalmente, a intentar comprender la nueva estructuración de la actividad. Desde entonces se comenzó a hacer referencia a dos grupos: los cirujas estructurales y los nuevos. Centrado en la vivencia de los recolectores, el artículo busca complejizar esta diferencia. Argumentaré que las identificaciones de estas personas se fueron construyendo en la interacción entre ambos grupos (y con el afuera), lo que ocurrió no sólo a partir de los cambios relativos al crecimiento de la actividad, como fue planteado en gran parte de los escritos, sino también a partir de la reconceptualización de La Quema y de la calle como lugar tempo-espacial del cirujeo.
What is known as cirujeo, cartoneo or informal collection acquired visibility with the increase of this activity towards the end of the 1990s. During the first years after the 2001 crisis, as the cartoneros were a “novelty”, investigations mainly tried to understand the new structure of the activity. Since then, they began referring to two groups: structural and new cirujas. Focused on the experience of the latter, this article seeks to complicate this difference. I will argue that these people’s identifications were gradually constructed in the interaction between the two groups (and the outside). This was generated not only by changes linked to the growth of activity, as was stated in large part of the research, but also by the re conceptualization of La Quema and the street as the temporal and spatial place of cirujeo.
A atividade atualmente conhecida na Argentina como “cirujeo” ou “cartoneo”, relacionadas aos catadores informais de materiais recicláveis, adquiriu visibilidade a partir de seu crescimento no final da década de 1990. Nos primeiros anos após a crise de 2001, as pesquisas se focaram-se principalmente na tentativa de entender a estruturação desta nova atividade, vista ainda como uma novidade. Atualmente, os estudos referem-se a dois grupos: os catadores estruturais e os novos entrantes. Focado na vivência dos catadores, o artigo busca explorar a diferença entre estes dois coletivos. O argumento central é que as identidades desses grupos foram construídas a partir da interação entre os mesmos (e com o meio exterior). A formação de identidade dos grupos não se deu exclusivamente em relação as mudanças relativas ao crescimento da atividade em si mesma, como é levantado em muitos trabalhos, mas, ao contrário, a partir da nova conceptualização da Quema e da rua como lugar temporal e espacial dos catadores.