Este artículo analiza el modo en que una Organización No Gubernamental (ONG) de la Ciudad de Buenos Aires gestiona préstamos destinados a cooperativas de trabajo, en el marco del Programa Nacional de Microcrédito. Apartando la atención de la pregunta por el impacto o alcance de estos programas, se propone explorar desde un enfoque etnográfico las prácticas cotidianas de quienes participan en la entrega y devolución de los préstamos. Recuperando una línea de estudios en antropología que retoma la obra de Marcel Mauss se busca desplazar el foco del intercambio para atender al proceso de producción de vínculos y obligaciones sociales. Considerando el tiempo como constitutivo del don se plantea que el intervalo en que la deuda de la cooperativa se sostiene constituye un espacio activo de espera en el que esta ONG crea y recrea la obligación de las cooperativas de devolver el dinero y reproduce su propia continuidad como organización.
This article discusses the way in which a Non Governmental Organization (NGO) in the City of Buenos Aires manages loans for worker cooperatives, within the framework of the National Microcredit program. Shifting attention away from the question about the impact or scope of these programs, the article seeks to explore the everyday practices of those involved in the delivery and return of loans from an ethnographic approach. Recovering a line of studies in anthropology that draws from the work of Marcel Mauss, it seeks to focus not on exchange but rather on the production process of social bonds and obligations. Considering time as constitutive of the gift, it claims that the interval in which the cooperative’s debt is held constitutes an active waiting area where this NGO creates and recreates cooperatives’ obligation to return the money while reproducing its own continuity as an organization.
Este artigo analisa a maneira na qual uma Organização Não Governamental (ONG) localizada na Cidade de Buenos Aires gere os empréstimos destinados às cooperativas de trabalho no marco do Programa Nacional de Microcrédito. Retirando-se o foco da questão do impacto ou o alcance destes programas, propõe-se explorar desde um enfoque etnográfico as práticas cotidianas dos que participam da entrega e da devolução destes empréstimos. Para tanto, recupera-se a linha de estudos antropológicos propostos por Marcel Mauss, retirando-se o foco da troca para dar atenção ao processo de produção de vínculos e de obrigações sociais. Considerando-se o tempo como constitutivo do dom, argumenta-se que o intervalo em que a dívida da cooperativa se sustenta constitui um espaço ativo de espera em que a ONG cria e recria a obrigatoriedade da cooperativa de devolver o dinheiro, produzindo sua própria continuidade como organização.